INTRODUÇAO


Estão escondidos na aurora alguns dos melhores momentos para o contato íntimo com nosso interior. Alvorada – O Despertar da Alma vai revelar, aos poucos, as experiências de 22 pessoas, na busca de estabelecer uma relação mais profunda, clara e amorosa consigo mesmas. Num gesto de boa vontade ao serviço impessoal à vida e de esforço consciente para encontrar a via de serviço do Ser aos demais. Entre nessa aventura, também...

30/03/2008

Apresentação da Autora

Para Lúcia Borelli, não está sendo fácil reciclar toda uma vida, contemplar e ajustar seu padrão genético, reeditar suas funções de filha, esposa, mãe, sogra, avó, seus propósitos de Lúcia... mas ela o faz como se caminhasse sobre pétalas – tem delicadeza de toque, cuidados de retratista, pureza de espírito, doçura de alma, humildade e solidariedade. “Compreendi que o passo de agora é o ajustamento a uma nova freqüência, centrando o coração no Amor, ao invés de centrá-lo no temor que é a polaridade oposta..”, diz ela.

Depois de "Pedi e Obtereis", sua participação no livro Alvorada o Despertar da Alma e que ffoi publicado na postagem anterior deste blog, escreveu inúmeros textos organizados em livros: um, dois, três.., "O Livro das Compreensões"; "O Livro das Compreensões - Segunda Oitava" e mais recentemente, "O Livro das Compreensões - Terceira Oitava". Eles estão cheios de clarezas, aprofundamento e riqueza de detalhes sem falso pudor. Lúcia os está preparando para publicação oxalá, em breve.

Hoje apresentamos um desses textos: "Compreensão Final: o Agradecimento", um detalhado rol de descobertas simples que, se fossem feitas anda que apenas uma vez, por cada um de nós, poderia mudar o modo como vemos o mundo.
Quer atividade mais linda do que revisitar-se, relatar o observado, e entregar sua experiência vívida ao próximo? Esta é Lúcia Borelli.

Compreensão Final: O Agradecimento

"Certo dia, pela hora do almoço, resolvi pensar a quantos deveria agradecer pelo arroz que estava em meu prato e então, mentalmente, comecei a fazer a lista de tudo o que estava envolvido no processo produtivo daquele alimento.

De repente, ainda pelo meio do caminho, fiquei assustada com a quantidade de coisas e pessoas que se entregaram para que eu, naquele momento, pudesse estar usufruindo daquele bem. Só para dar uma idéia, a lista dos agradecimentos era mais ou menos assim:

· devo agradecer à mãe natureza, pela terra;
· devo agradecer ao homem que investiu na compra da terra, mesmo sem saber se daria ou não. Poderia ser que geasse ou desse uma praga que pusesse a perder todo o seu esforço; e também a todos os que trabalharam para limpar o terreno para o plantio;
· aos tratoristas que operaram as máquinas de arar a terra;
· aos que semearam;
· ao sol por ser a fonte que deu a vida à planta e à lua que regulou os ciclos da vida;
· aos que irrigaram o terreno e aos que trabalharam na construção dos equipamentos para irrigação;
· aos que colheram o arroz;
· aos que beneficiaram e ensacaram o arroz;
· ao caminhoneiro que transportou aquele arroz beneficiado até o ponto de venda;
· aos que trabalham no supermercado contabilizando as mercadorias, estocando-as, colocando-as nas prateleiras; à pessoa que trabalha no caixa, ao embalador e outros tantos;
· a mim mesma pela possibilidade financeira de comprá-lo;
· a meus pais por terem se empenhado muito para que, hoje, eu pudesse ter essa condição;
· àquela cozinheira que prepara o arroz;
· aos que extraíram o sal e o beneficiaram;
· a todos os envolvidos no plantio, colheita e transporte e venda do alho e da cebola;
· a todos os envolvidos na produção do óleo de cozinha;
· a cada um dos que trabalharam para que o trator, o caminhão e meu carro fossem feitos, desde o seringueiro que extraiu a borracha da qual se fez o pneu, até os que produziram cada porca e parafuso dos mesmos;
· à mãe natureza pelo petróleo utilizado na produção do combustível que move o trator, o caminhão e o carro;
· aos que trabalharam na sua extração, refino e transporte do petróleo;
· a Thomas Edison pela invenção da luz elétrica que propicia a automação de todos os processos produtivos;
· aos que fabricaram os postes, fios, lâmpadas, computadores etc etc etc.

Lá pelas tantas cheguei à conclusão que, se com atenção fosse desdobrando os procedimentos, essa lista iria longe, muito longe! E, se resolvesse agradecer também pelo feijão, pela carne, pelas verduras e legumes que também estavam à mesa, pela cadeira em que estava assentada, pelo local em que me encontrava comendo, demoraria uma eternidade para fazê-lo.

Anteriormente, nunca havia parado para ver que as coisas que chegam a mim, aqui e agora, custa ou custou muito trabalho, empenho e investimento de outros. Todos os que me educaram sempre se preocuparam muito em me ensinar a agradecer. Mas hoje vejo que eles me ensinaram o que haviam aprendido. Eles me ensinaram a dar o agradecimento social.

O agradecimento social é válido, entretanto é um proceder mecânico porque agradecemos por agradecer. Quando dizemos “muito obrigada” a uma pessoa, muitas vezes, pensamos até que ela não fez nada mais do que a sua obrigação, e que, de fato, nem precisaríamos agradecer. E mais, é até comum sentirmo-nos muito bondosos e educados porque o estamos fazendo.

Hoje compreendo que se parasse para agradecer por este exato momento que vivo, pelo privilégio de estar confortavelmente assentada em um local limpo, bem equipado e bem decorado, ouvindo uma música suave, utilizando um “notebook” para escrever, tendo um copo de água ao meu lado e café à minha disposição, nem posso imaginar quanto tempo gastaria, talvez dias.

Cheguei à conclusão que nossa cegueira é tanta que não temos a menor noção do que recebemos na vida. Ao contrário, somos capazes de passar uma vida inteira valorizando os momentos que nos causaram incômodo ou dor.

15/03/2008

Apresentação do Texto

No texto a seguir, Lúcia Borelli apresenta uma reflexão clara, singela, franca sobre as tão humanas fantasias que são alimentadas a respeito dos seres luminosos e iluminados que decidiram entregar-se ao amor e ao serviço do florescimento e da nutrição da alma e da evolução da humanidade. Sem pretensões conduz o leitor a refletir junto com ela sobre a realidade nua e crua a que estão sujeitas essas pessoas tão raras, especiais e dispostas a pagar o preço cobrado para manterem-se fiéis ao próprio Ser, ao Pai e ao propósito de serviço ao qual decidiram entregar a vida.

Pedi e Obtereis

"Há algum tempo (cerca de uns dois anos e meio) comecei a pedir a Deus que me permitisse entrar em contato com um ser supremo, um mensageiro da luz, cuja aparição me trouxesse a revelação sobre o caminho. Naturalmente que, nos meus devaneios, o ser que surgiria à minha frente era algo surpreendente, mágico, místico...

...Em 20 de junho faltando, portanto, dois dias para o meu aniversário, me decidi a ir almoçar com uma amiga-irmã que me havia dito que, com freqüência, estava tomando refeições em um determinado shopping da cidade e que, quando desejasse, poderia ir almoçar com ela.

Lá chegando a vi em uma mesa onde havia pelo menos mais umas 10 pessoas e, assim que me aproximei, ela, com muita alegria, me apresentou a um determinado senhor e me colocou assentada em lugar frente a ele. Ela já tinha me falado, inúmeras vezes, sobre este tal homem, dizendo-me que ele havia sido o seu norte no caminho.

Não tive nenhum impacto especial ao vê-lo de início. Ao contrário, minha mente cartesiana, o primeiro que fez, foi julgar a pessoa e sua conduta. Como poderia ele ser um mensageiro da Luz se fumava e em sua boca havia apenas meia dúzia de dentes? Ademais, quando falava, seu vocabulário comportava algumas palavras, a meu ver, um pouco apropriadas para um mestre de sabedoria.

No entanto, há algum tempo havia descoberto que sempre fechava a escuta para tudo ou todos que me fossem de alguma maneira contraditórios e que, com isto, estava perdendo grandes oportunidades de aprender sobre as diferenças. Assim sendo, já vinha exercitando tentar ouvir e deixar entrar o novo para apenas, posteriormente, decidir sobre absorvê-lo, guardá-lo temporariamente ou descartá-lo (mesmo que provindo de alguém que, no meu julgamento, nada tivesse a acrescentar).

Foi assim que me pus a ouvir o tal homem naquele dia, e nos dias que se seguiram e, a cada momento, mais crescia em mim a vontade de não parar de ouvi-lo. De verdade, queria não sair de perto dele. Era uma fala que nunca tinha escutado antes. Não pelo assunto, propriamente dito, mas pela ressonância que tinha em minha alma..." (Leia o texto completo).

Apresentando Lucia Borelli


Lúcia Borelli Noronha é a escritora que hoje apresentamos. Nascida em Juiz de Fora, Minas Gerais; filha de pais amorosos que lhe entregaram inúmeras qualidades - formou-se em engenharia e trabalhou com afinco até descobrir que dava tempo de ter uma nova profissão: aposentou-se e começou a cursar psicologia. Depois de muitas e profundas experiências que envolveram casamento, filhos e até um acidente de carro, que quase abreviou sua vida, queria dar um salto de maior significância e clareza neste Planeta. Saber de sua missão. Encontrar orientação esclarecida, urgente. Agora com 52 anos já pode dizer que encontrou o que procurava.


Sob o impacto de conhecer um Ser realmente iluminado, desejo de sua alma, escreveu “num susto” o texto “Pedi e Obtereis”, que foi anexado ao Alvorada. Ela mal tinha conhecido as pessoas envolvidas e o projeto do livro, mas coisa típica de Lúcia: ousou docemente participar! Depois, como criança encantada pela festa das descobertas, saiu colocando no papel tudo o que estava ouvindo e descobrindo, vendo e revelando: suas primeiras, segundas e terceiras impressões, cada uma mais esclarecida que a outra. Começava assim uma série de registros de uma nova etapa do caminho. Lúcia Borelli pode ser contatada diretamente através do e-mail:
lucia.borelli@gmail.com ou deste Blog. Seu texto, pode ser lido aqui, na íntrega: